Opinião: Raízes Locais versus importação política: O confronto entre Bruno Cunha Lima e Jhony Bezerra em Campina Grande
Em Campina Grande, as eleições municipais do segundo turno trazem um confronto emblemático entre o atual prefeito Bruno Cunha Lima, profundamente enraizado na cidade, e o médico Jhony Bezerra, cujo vínculo com o município é bastante frágil. Essa diferença de origem e conexão com Campina Grande é um dos principais pontos de debate entre os eleitores.
Bruno Cunha Lima, além de já exercer a chefia do Executivo, conta com o apoio de ex-prefeitos que deixaram um legado na cidade, como Romero Rodrigues, Cássio Cunha Lima, Veneziano Vital do Rêgo e Félix Araújo Filho, todos com trajetórias consolidadas e serviços prestados à população campinense. Por outro lado, Jonny Bezerra reúne uma equipe de apoiadores com poucas raízes na cidade, exceto Marinaldo Cardoso, seu vice, que, embora seja campinense, construiu sua carreira no grupo político de Bruno.
Imagens das primeiras reuniões dos candidatos para o segundo turno, publicadas nos principais sites paraibanos, ilustram bem essa diferença de alianças e vínculos políticos. Enquanto Bruno aparece ao lado de figuras como Romero, Cássio, Tovar e Alcindor, em uma reunião realizada em Campina Grande, às margens do Açude Velho, símbolo da cidade; Jhony Bezerra revela sua ligação com lideranças de outras cidades, especialmente de João Pessoa, cidade que escolheu para fazer a reunião de estratégia para o segundo turno.
Campina Grande é uma cidade marcada por um forte senso de pertencimento e orgulho de suas origens. A tentativa de “importar” um candidato de fora, sem raízes locais, não ressoa bem com um eleitorado que valoriza quem conhece e vive os desafios diários da cidade.
Essa estratégia de trazer alguém sem vínculos com a realidade local lembra a caricata “Sucupira”, a cidade fictícia onde as tradições e o sentimento de pertencimento são ignorados. No entanto, Campina Grande é muito mais do que isso: é uma cidade que valoriza quem é de suas terras, quem tem compromisso com seu desenvolvimento e compreende seus problemas e anseios.
Neste contexto, a diferença entre os candidatos se torna evidente. Bruno, com sua história e aliados locais, representa a continuidade de uma gestão que dialoga com as raízes de Campina Grande. Já Jhony, apesar de trazer uma perspectiva externa, corre o risco de não captar o sentimento de pertencimento que a cidade historicamente preserva.