UFCG tem queda de mais de 50% no número de novos alunos mas chamadas complementares devem ampliar ocupação
Um dado sobre ocupação de vagas nos cursos de ensino superior disponibilizados pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) chamou a atenção para o que pode significar um certo desinteresse pelo ensino superior em algumas instituições no país.
De acordo com esses números, que estão disponíveis no próprio site do INEP e também do Ministério da Educação, em 2024 a UFCG tem até agora 2256 estudantes matriculados em todos os campi da instituição, o que representa uma diminuição de mais de 50% no comparativo ao ano de 2023, quando 4006 estudantes iniciaram seus cursos na UFCG. Esses números podem ser alterados, no entanto, com as chamadas complementares que a instituição irá realizar ao longo do ano.
No comparativo com 2019, por exemplo, a diminuição no número de alunos matriculados é ainda maior: naquele ano, 5150 estudantes iniciaram suas graduações na UFCG, número que vem caindo ano após ano.
Em entrevista ao Jornal do Meio-Dia da Campina FM, a pró-reitora de ensino da UFCG, Viviane Ceballos, informou que alguns fatores têm influenciado esses números mas a queda mais acentuada em 2024 se deve a algumas mudanças que aconteceram no sistema de classificação dos estudantes no SISU.
“O que houve é que o Ministério da Educação realizou algumas mudanças no sistema de cotas e essa mudança já começou a valer para agora. Esses números se referem exclusivamente a chamada regular do SISU 2024, por isso o número tão diminuto.
Ontem a UFCG lançou o edital de convocação da primeira lista de espera e com isso, além das outras chamadas subsequentes, nós esperamos atingir uma ocupação até mais significativa, inclusive com relação ao ano de 2023”, explicou.
Apesar dessa situação atual, a professora Viviane Cebalos explicou também que “a pandemia causou uma evasão grande no número de estudantes nos cursos universitários. Muitos jovens precisaram, por conta da pandemia, se dedicar ao ambiente de trabalho e acabaram abandonando a universidade. O que eu acho que se precisa pensar, isso a nível nacional quando se fala em cursos universitários, é uma readequação, levando em consideração esse perfil de estudante que agora não pode dedicar seu tempo somente à graduação mas que precisam se dedicar também ao mercado de trabalho”, comentou a pró-reitora de ensino da UFCG.