Ministério Público Federal volta a constatar esgoto sendo despejado junto ao canal da Transposição em Monteiro
Em nova perícia realizada pelo Ministério Público Federal (MPF) no Projeto de Integração do São Francisco (Pisf), no município de Monteiro (PB), foi constatado o lançamento de esgotos em canais de águas de chuvas que vão para o Rio Paraíba, que recebe as águas da transposição. A inspeção ocorreu nessa terça (20) e quarta-feira (21), no Eixo Leste, Meta 3L, e também constatou que não havia sido iniciada, por parte da Prefeitura Municipal de Monteiro, a limpeza e desobstrução do canal de água pluvial situado nas proximidades do canal da transposição do São Francisco.
Apesar da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) ter se comprometido, há um ano, a realizar a rede de esgotamento sanitário da Rua Antônio Saturno Bezerra, que fica próxima ao canal, o serviço ainda não foi iniciado. Por outro lado, a perícia constatou que a Cagepa continua a realizar a sucção dos esgotos das fossas sépticas dos imóveis da rua como forma de minimizar o derramamento dos efluentes em via pública e nos canais de águas pluviais da cidade de Monteiro. O Setor de Engenharia do MPF, no entanto, esclarece que tal medida não está surtindo o efeito desejado.
Ficou constatado que ainda permanece o lançamento de esgoto doméstico nos canais pluviais e na via pública. Tal esgoto tem como destino final o leito do Rio Paraíba”, relatou o perito. “Em conversa com alguns moradores, todos afirmaram que a frequência com que a Cagepa realiza a limpeza das fossas dos imóveis da Rua Antônio Saturno Bezerra não atende às necessidades daquela população”, acrescentou.
Problemas agravados – A perícia do MPF constatou ainda que os moradores, em virtude da falta de esgotamento sanitário na Rua Antônio Saturno Bezerra (loteamento Boa Vista) e da ineficiência das fossas sépticas e sumidouros, estão jogando parte de seus efluentes diretamente na rua ou no canal pluvial da cidade, desaguando em ambos os casos na desembocadura do canal da transposição do Rio São Francisco.
Ainda no loteamento Boa Vista, mesmo sem a execução da rede coletora de esgoto, foi constatado que permanece a construção de novos imóveis naquele bairro, o que pode agravar o problema de derramamento de esgoto. Alguns desses imóveis, segundo informações colhidas no local, estariam sendo vendidos por meio de financiamento habitacional concedido pela Caixa Econômica Federal.